terça-feira, 30 de janeiro de 2018

A Família Dionti (2015)


A Família Dionti é a estreia de Alan Minas em longas-metragem. Estreando no Festival de Brasília em 2015, o filme logo integrou o Festival de São Paulo, onde tive meu primeiro contato. O longa deixou em mim toda a nostalgia do imaginário infantil, mostrando que a produção agradaria o espectador independente de sua faixa etária.

O filme conta a história de Kelton (Murilo Quirino), um garoto de 13 anos que vive em um sitio afastado no interior de Minas Gerais, acompanhado de seu irmão Serino (Bernardo Luciano), 15 anos, e seu pai, Josué (Antônio Edson).

Os dois irmãos têm personalidades opostas, enquanto o mais velho é seco e privado de quase todos os sentimentos, Kelton transborda (literalmente) emoções. As coisas começam a acontecer quando Sofia (Anna Luiza Marques) chega a pequena cidade. Atriz de circo, Sofia parece uma menina exótica aos olhos de Kelton, suas roupas e estilo de vida diferentes logo tomam o coração do garoto. O diálogo entre os dois é algo bonito de se ver, esse é pouco, como se houvessem poucas palavras a disposição, mas sempre escolhem a certa, dando um ar poético as conversas. Mas entre isso e o silêncio, que as vezes toma conta da cena, fica claro o quanto um gosta do outro.

Mas o segredo de A Família Dionti está em seu enredo. Uma história leve, porém misteriosa. Os diálogos são simples como a vida da família, e as preocupações, normais como no nosso dia-a-dia. A beleza está em toda a ficção que Alan Minas coloca de uma forma tão real que até parece comum. O modo como a imaginação flui durante todo o filme, a simplicidade da cidadezinha onde moram e o ar atemporal em que encontramos os Dionti, é agradável e justifica o prêmio de Melhor Filme no voto do público no Festival de Brasília.

Outra coisa que me chamou a atenção foi a fotografia. Com direção de arte de Oswaldo Eduadro Lioi e da fotografia de Guga Millet, cores fortes contrastam com um cenário quase agreste, tirando o risco da monotonia que o filme poderia correr.

Infelizmente, ainda não achei uma versão em DVD/Blu-Ray do filme, mas vez ou outra ele é exibido no Canal Brasil, quando aproveito para matar a saudade é acho que muito deveriam fazer isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário