quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Corpo e Alma (Testről és lélekről, 2017)


Depois de um longo tempo sem ir ao cinema, decidi encarar Corpo e Alma, já que este foi um dos indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Posso dizer que foi uma das minhas melhores experiências no cinema. O motivo? Vou dizer logo adiante.

Fazia um bom tempo que a diretora húngara Ildikó Enyedi não emplacava uma produção que chamasse tanta atenção. Agora traz Mária (Alexandra Borbély) e Endre (Géza Morcsányi). Ele, gerente de um matadouro, não possui o movimento do braço esquerdo devido a um derrame. Ela, faz o controle de qualidade desse mesmo matadouro e, devido a uma personalidade intrigante, evita qualquer tipo de contato com outras pessoas. Como isso poderia dar certo? Só o sonho de ambos pode dizer.

No sonho vemos dois cervos, um macho e uma fêmea, os dois se encontram em uma floresta, a neve caindo e o silêncio promovendo a tranquilidade de um sono bom. Mas isso muda, radicalmente para os dois, quando descobrem que estão tendo o mesmo sonho.

Corpo e Alma recebeu o Urso de Ouro em Berlim e agora é um dos favoritos para levar Melhor Filme Estrangeiro no Oscar, ainda não assisti seus concorrentes, mas vão precisar de muito para superar o que é apresentado por Ildikó. Isso porque o filme é de uma sensibilidade desconcertante, cada experiência vivida por Mária ganha uma proporção gigantesca e a cada sorriso esboçado por ela, em raras vezes, somos atingidos por um turbilhão de sentimentos. Contrapondo com isso, Endre nos mostra a angustia que seu problema físico lhe traz é a superação de tudo isso ao encontrar um novo amor.

Corpo e Alma engana, se apresenta como algo simples, mas no fim, assim que a sessão acaba, vemos seu verdadeiro valor. Daí veio uma das minha melhores experiências no cinema, ao sair da sala me senti feliz pelos personagens, por saber que em meio às diversidades, que os privavam do sentir, encontraram uma forma de alcançar, talvez pela primeira vez, a felicidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário