sexta-feira, 1 de maio de 2020

O Filho Uruguaio (Une Vie Ailleurs, 2017)


Varilux - O drama de uma mãe ou pai separado do filho está atrelado ao nosso cotidiano. Retratar isso no cinema não é uma tarefa das mais fáceis, pois a intensidade de emoções precisam atingir um ponto que beira ao desespero. O diretor e coautor Olivier Peyon trata desse caso em O Filho Uruguaio, filme que atinge o alvo com boas atuações e uma história bem amarrada, que seria difícil de acreditar se não fosse tão próxima da realidade.

Sylvie (Isabelle Carré) vai ao Uruguai em busca do filho que não via há 5 anos. Para ajudá-la, o assistente social Mehdi (Ramzy Bedia), a acompanha na viagem para intermediar o contato de mãe e filho. Mas acontece que o filho, Felipe (Dylan Cortes) foi sequestrado pelo pai anos antes e agora Sylvie planeja recuperá-lo através de um novo sequestro. 

Acontece que agora Felipe vive com a tia e a avó e acredita que sua mãe está morta, o que atrapalha os planos de Medih em convencer o garoto de partir com ele. Medih se aproxima da tia, Maria em excelente atuação de Mariá Dupláa, e a história segue para um desfecho que guarda surpresas para todos os personagens.

São muitas pedras no caminho entre Sylvie e Felipe, o que torna o roteiro difícil. Podemos olhar de um ponto judicial, onde Sylvie acionaria o consulado francês e assim conseguiria a guarda do filho sequestrado. Outro ponto é o emocional onde ela apareceria na porta onde seu filho mora e causaria um grande alvoroço. Mas Payon acertar em adotar um meio termo e seguir a trama de um novo sequestro, isso serve para que entendemos o diferentes pontos de vista dos personagens.

O que parecia ser uma tarefa fácil para Medih, se torna complicada ao ver a vida que Felipe leva, sendo bem cuidado pela avó e tia. A avó sustenta a morte da mãe com receio de perder o único neto. A tia mal sabe o que se passa nos bastidores dessa trama, enquanto a mãe segue em desespero e aflição.

Gostei muito do que vi em O Filho Uruguaio. Além de uma história bem elaborada, temos um grupo de atores formidáveis. O trabalho de Payon também merece destaque e embora não se aproxime tanto no distanciamento de mãe e filho, mostra o que a ausência causa a ambos e àqueles que estão ao redor.

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