quinta-feira, 7 de maio de 2020

Tour de France (2017)


Varilux - Parece que nos últimos anos o cinema francês vem mostrando a situação de imigrantes no país. Isso foi visto no excelentíssimo Os Miseráveis, lançado no ano passado. A mensagem é sempre a mesma: a desigualdade e preconceito que essas pessoas vivem. Em Tour de France, o diretor Rachid Djaïdani utiliza do estilo road movie para mostrar a situação de dois personagens que precisam atravessar todo o país para entenderem um ao outro.

O primeiro personagem é Far'Hook, um rapper árabe interpretado por Sadek, que também é rapper na vida real. Suas origens o leva a usar o rap como forma de se expressar e lutar contra o preconceito que sofre. Do outro lá temos Serge, brilhantemente vivido por Gérard Depardieu, um alemão que vive na França e se mostra mais patriota que muitos dos franceses. O encontro dos dois ocorre quando Far'Hook é atacado nas ruas de Paris e seu produtor, filho de Serge, o indica como motorista para o pai, que pretende pintar todos os portos assim como o artista Vernet.

O preconceito de Serge é visto de cara. Logo quando Far'Hook bate em sua porta e ele se recusa a abrir. Mas vemos também o que ele sofre em seu bairro, devido a criminalidade e tráfico de drogas. É fácil entender o lado de cada personagem, devido as suas realidades tão diferentes, e é esse entendimento que Rachid busca passar para o público, que acompanha a lição através dos dos dois indivíduos. O aprendizado fica claro quando Far'Hook é enquadrado pela polícia, claramente devido a suas origens, e Serge intervém, os dois são detidos em uma cela e parecem finalmente estar do mesmo lado. 

Quando já estamos próximos do fim, tanto Far'Hook como Serge percebem que nenhum deles são franceses e que até mesmo muitos dos franceses não os são. Isso devido aos limites do mundo de cada um, hora impostos por eles mesmo, hora pela sociedade. Mas a mensagem de Djaïdani perde a força quando no fim a aprendizagem dos personagens parecem servir para todos, claro que é o que gostaríamos que acontecesse, mas infelizmente não veremos isso acontecer.

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