sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Oleg (Oļegs, 2019)


43° MOSTRA SP - Natural da Letônia, Oleg (Valentin Novopolskij) tenta ganhar a vida trabalhando como açougueiro em Bruxelas. Mas um acidente de trabalho, onde ele é acusado injustamente, faz com que perca o emprego. Sem trabalho e precisando de dinheiro para ajudar sua avó e pagar dívidas na Letônia, Oleg acaba caindo no golpe de Andrzej (Dawid Ogrodnik), um criminoso polonês que já vem sendo investigado pela polícia. Tudo começa como uma amizade, mas com o tempo, Oleg vai notando que Andrzej não fará nada do que prometera e voltar atrás será um tarefa difícil.

Oleg, dirigido por Juris Kursietis, é um filme bem singular. Filmes como esse (podemos colocar Carfanaum, Aika e Enclave nessa lista) trazem suas peculiaridades. A jornada humana cada vez mais presente nos nossos dias. O imigrante, ilegal ou não, que busca oportunidade em países desconhecidos, onde ficam a mercê de qualquer injustiça, pelo simples fato de não ser originário daquele local. É algo a se explorar, Kursietis faz isso mostrando alguns dias da vida de Oleg, que procura apenas uma forma honesta de ganhar seu dinheiro.

Outro ponto explorado pelo diretor é a fé do protagonista. Sempre fiel aos seus princípios, divergindo apenas quando não vê outra saída. Mas em momentos em que poderia se aproveitar de certas situações, age de acordo com o que julga correto. Como quando entra de penetra em uma festa, é confundido como ator e acaba a noite na casa de uma "intelectual", que assim que descobre quem ele realmente é, o manda embora.

Juris Kursietis monta uma ótima trama para contar essa história de Oleg, mas existe ali um problema. Da metade para frente o filme se arrasta demais. Algumas cenas poderiam durar menos, ou até serem excluídas. Embora façam sentido, não são exatamente necessárias. Ainda assim é uma ótima experiência do cinema letão. A fotografia sufocante em momentos de tensão e linda em planos abertos, dá a Oleg uma estética intimista, levando o espectador a um cenário injusto, mas mostra que também é possível resolver esse e qualquer outro problema. Podemos dizer que a produção de Kursietis é um filme que gira em torno da injustiça e preconceito, mas também tem muita fé e superação.

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