quinta-feira, 2 de agosto de 2018

A Bicicleta (Das Fahrrad, 1981)


No último sábado (28) chegou ao fim a mostra "Imagens para o futuro: a Alemanha Oriental no Cinema". Tive a oportunidade de assistir algumas relíquias, como Berlin, Adeus, Inverno e Nascido em 1945 (que confesso ter sido um pouco decepcionante). Porém, a maior surpresa estava reservada para o final da mostra, um masterclass com a diretora Evelyn Schmidt, que foi sensacional.

Mas vamos do começo. A bicicleta é uma das produções da DEFA, dirigido por Evelyn (depois de um debate tão estimulante, me sinto com certa intimidade para usar o primeiro nome), visto por cima a história parece bem simples e o final tão desconcertante que causou risos em muitos dos presentes na sessão, que foi feita com um cópia original 35mm! 

Susanne (Heidemarie Schneider) é mãe solteira e leva um estilo de vida livre. Suas noites começam em uma balada onde encontra seus amigos, e nem sempre acaba em sua casa. Depois de se demitir do trabalho, decide dar um golpe no seguro alegando que sua bicicleta foi roubada. Parece que tudo vai dar certo, mas as coisas começam a sair de controle. Além disso, existe um romance criado entre ela e um jovem promissor que decide ajudá-la. 

Segundo a própria diretora, muitos filmes da DEFA (para saber mais sobre a DEFA, leia o texto sobre o filme Berlim!) Eram protagonizados por mulheres, porque o homem não poderia passar uma imagem fragilizada e sem isso ficaria difícil transmitir os sentimentos que os diretores queriam. Embora não houvesse um movimento feminista na época, vemos que além do protagonismo no cinema, a mulheres buscavam seu espaço. Evelyn foi uma delas, a única diretora mulher entre 35 diretores que trabalhavam na DEFA. Além disso, em 'Adeus, Inverno' uma das mulheres entrevistada comenta sobre receber um prêmio por seu trabalho em um evento onde ela era a única mulher a participar.

Voltando para A Bicicleta, achei esse um dos grandes filmes da mostra. talvez porque todo ficou mais empolgante depois do debate com a diretora e o final, que causou risos em alguns, ficou mais esclarecido e então eu saquei a genialidade da Evelyn Schmidt.

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