segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Hannah (2016)


Fui assistir Hannah sem compromisso algum. Pouco sabia sobre a história do filme, só precisava preencher o tempo até o início da sessão de O Animal Cordial. No fim, achei Hannah um filme de extremos, alguns acham muito bom, outros devaneiam durante a sessão e começam a conversar sobre aleatoriedades no cinema. 

As coisas ficaram mais claras quando vi que a direção é assinada por Andrea Pallaoro, de quem eu já havia assistido Medeas (2013). O diretor busca mostrar experiências humanas, nem sempre agradáveis, através de seus personagens. Isso é o que vemos em Hannah, uma senhora solitária que administra seus dias entre aulas motivacionais de teatro e o trabalho com empregada doméstica. Sua solidão não vem da falta de família, mas da ausência de parentes que optaram por se manter distante, o que faz o sentimento ser ainda mais aterrador. 

Embora não seja um filme que agrade a todos, a beleza do longa é inegável. Em um ensaio de solidão e silêncio, Pallaoro monta um filme com uma fotografia que atrai, mas não acolhe, tamanha a frieza dos cenários. Mas o grande destaque é a interpretação de  Charlotte Rampling, que levou a Taça Volpi, como melhor atriz em Veneza. 

Pallaoro segue seu ritmo. Através do minimalismo ele vai além de um drama comum e transforma sua personagem em um enigma que precisamos decifrar. Dá para entender o desinteresse de alguns expectadores, tanto silêncio transforma o filme em algo maçante. Mas aqueles que seguirem firmes, vão se deparar com um final inevitável, até esperado, mas que ainda causa impacto.

Um comentário:

  1. Eu assisti esse filme no Centro Cultural de São Paulo sábado. Quando acabou eu não soube o que sentir, mas depois que pensei em toda a história, fiquei admirada com tamanha força Hannah tem. Quanta tristeza ela aguentou sozinha e calada. É um filme difícil de absorver, mas ao mesmo tempo é muito bom!

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