quinta-feira, 23 de agosto de 2018

O Animal Cordial (2017)


Não é comum um filme brasileiro fazer tanto barulho no país. Porém, Gabriela Amaral Almeida conseguiu esse feito em seu longa de estreia. Mas não por acaso, O Animal Cordial mostra pra que veio, em uma crítica social que apela para um terror/horror imaginativo sem fugir da realidade.

O filme reúne personagens em um ambiente à Tarantino: pequeno, frio e cheio de tensão. Ali estão o dono do restaurante, a garçonete, a equipe da cozinha e um trio de clientes com suas particularidades. A chegada de dois assaltantes é o estopim para o terror que vem a seguir. Mas nem tudo é ficção, através da personalidade tão comum de cada personagem, o que garante que cada cena não possa ser real?

Gabriela Amaral vai além da ficção e expõe suas críticas em relação a sociedade brasileira de hoje. A variedade de personagens é o ponto de ignição para que ela possa falar de gênero, solidão, futilidade e a insanidade causada por tanta tensão. O desenrolar da história nos deixa sempre com um pé atrás, sem saber o que pode acontecer e não ousamos arriscar, qualquer erro resulta em mais um banho de sangue.

Ver as atuações de Luciana Paes, Irandhir Santos e Murilo Benício já vale o ingresso. O filme garantiu a Benício o prêmio de melhor ator no Festival do Rio em 2017, enquanto Luciana Paes e Gabriela Amaral faturaram melhor atriz e direção no FantasPoa esse ano.

Embora seja um filme pesado (algumas pessoas optaram por abandonar a sessão) O Animal Cordial não exagera, é tudo como deveria ser. Como a própria diretora alerta, o filme não é só terror. Ali existe um romance, talvez um pouco estranho, mas está lá. E no fim, nota-se porque O Animal Cordial vem ganhando espaço nas discussões, esse é sem dúvida um dos melhores filmes nacionais do ano.

Um comentário:

  1. Mesmo fechando os olhos em algumas cenas achei o filme "animal"! hahaha

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