segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Como Nossos Pais (2017)


Precisei assistir Como Nossos Pais duas vezes antes de escrever qualquer coisa. Um dos motivos é que o filme tem tantas particularidades que muitas precisam ser revistas para que sejam analisadas com justiça. O filme de Laís Bodanzky conta uma história simples, mas com uma intensidade instigante.

Rosa (Maria Ribeiro) é uma mulher forte. Busca o perfeccionismo em seu trabalho, precisa lidar com as filhas pré adolescentes, que exigem sua atenção a todo momento, e o descaso do marido (Paulo Vilhena) em relação a isso, e cuidar da casa. Se não bastasse, vive em constante conflito com sua mãe (Clarisse Abujamra). Seu mundo desmorona quando descobre que o homem que a criou, e quem ela tanto admira, não é seu pai biológico. O forma como essa descoberta acontece é o que faz Rosa perder a calma e se entregar a um conflito emocial. Porém, ainda não acabou. Logo depois sua mãe revela que está doente e talvez não tenha muito tempo mais.

O grande destaque fica na conta de Maria Ribeiro, que atuação! Fazia tempo que não via nada dela, ainda tinha a sua personagem se Tropa de Elite na cabeça. Confesso que não esperava muito do filme em geral, mas Rosa chamou minha atenção do início ao fim. Clarisse Abujamra também merece destaque, mas essa já era de se esperar. Notamos sua empolgação nas discussões com a filha e a falsa calmaria que chega de uma  hora para a outra. Certamente não foi um papel dos mais fáceis.

Mas a brilhante atuação de Maria Ribeiro não salva alguns momentos do filme. O trabalho de Laís Bodanzky é ótimo, mas faltou atenção em cenas como a relação de Rosa com seu amante e seu trabalho. Esses casos poderiam enriquecer o filme ou serem descartados, o meio termo fez parecer que ela não sabia bem o que fazer com aquelas partes da história.

No fim, Como Nossos Pais é um grande filme. Devo dizer, mais uma vez, que a atuação de Maria Ribeiro faz valer cada minuto. O longa foi para Berlinale e ganhou prêmios fora e dentro do Brasil, e não por acaso, foi tudo merecido.

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