sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

O Lagosta (The Lobster, 2015)


Muito me falaram sobre a qualidade de O Lagosta, ou seu antecessor, Dente Canino (2009). Mas meu primeiro contato com o diretor Yorgos Lanthimos foi por Kinetta, filme exibido na Mostra de Cinema Grego, na Cinemateca. O que mais me chamou atenção foi a excentricidade do diretor, fazendo uma experimentação humana. Com O Lagosta não poderia ser diferente. Lanthimos, ao lado de Efthimis Filippou, faz um filme anômalo, que lhe garantiu a indicação de Roteiro Original no Oscar.

Em um futuro não muito distante, é proibido ser solteiro. David (Colin Farrell) é solteiro e por isso é mandado para um hotel onde deverá se "apaixonar" e achar uma companheira. Caso isso não aconteça, ele será transformado em um animal de sua escolha, daí vem o título Lagosta. Sua escolha implica na longo tempo de vida e disposição sexual do animal.

Porém, nem todos aqueles que não encontram um par são transformados em animais. Alguns conseguem fugir antes que isso aconteça. Mas logo são caçados pelos os hóspedes do hotel, que a cada captura ganham mais um dia em sua busca pelo romance ideal.

O Lagosta é, sem dúvida alguma, uma crítica a sociedade e o conservadorismo. Essa obrigação de ser casado vai de encontro com a necessidade de pessoas estarem em um relacionamento concreto para que seja melhor aceito pela sociedade. Isso fica ainda mais explícito quando dirigentes do hotel alegam que no caso do casal não conseguir resolver seus problemas, uma criança será adicionada para que os ajude nesses conflitos.

Embora seja um filme longo, que se torna ainda maior em sua melancolia, O Lagosta é uma ótima produção de Yorgos Lanthimos. Esse é o que primeiros longa em língua inglesa, porta de entrada para o cinema mundial, onde agora está concorrendo (com boas chances) ao Oscar de Melhor Filme com A Favorita (Favourite, 2018), filme com Olivia Colman, Emma Stone e Rachel Weisz (também presente em O Lagosta), que pretendo ver em breve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário