sábado, 3 de novembro de 2018

Kinetta (2006)


III Mostra de Cinema Grego - Precisei fazer umas pesquisas para tentar entender melhor o diretor Yorgos Lanthimos e assim conseguir absorver o que vi em Kinetta. Mas acredito que procurar entender sobre o diretor só complicaria mais as coisas. Depois de uma breve pesquisa cheguei a conclusão que não há nada que precise de tanto entendimento assim, Kinetta é uma obra autoral que viaja nos delírios de Lanthimos.

Temos três personagens: um policial, apreciador de BMWs (mas tenho minhas dúvidas se ele não seria apenas um diretor obcecado pela violência), uma camareira e  fotógrafo. Os três se unem para simular assassinatos que acontecem na cidade de Kinetta, na Grécia. A cidade é tranquila e normalmente os três personagens fazem o seu trabalho (daí surge minha dúvida se o policial é mesmo o que a sinopse oficial diz), gravando as cenas de violência nos intervalos do mesmo.

A história parece uma loucura e a produção não fica para trás. Muito devido ao câmera que se mexe tanto -- mesmo em cenas mais estáticas -- que chega a incomodar. Tudo vai acontecendo lentamente, entre poucos diálogos e com a câmera chacoalhando. Mas algo nos mantém atento, espero que aconteça qualquer coisa que nos tire daquela monotonia. Mas nada tira e ainda assim continuamos assistindo.

Mas nem tudo é tão ruim. Percebe-se nos personagens uma frieza inumana. Em meio a toda violência, que algumas vezes vai além da ficção, os personagens agem com tamanha naturalidade, fazendo tudo parecer normal. Talvez seja esse o intuito do diretor, mostrar uma essência do ser humano que pouco vemos, mas que pode existir a partir da monotonia do dia - a - dia.

Esse é um dos filmes que valeria a pena acompanhar um bate - papo depois da sessão. Imagino opiniões bem diversificadas e algumas ainda mais loucas que o próprio filme. Mas por fim, não sei explicar esse Kinetta, só sei que de tão estranho, te prende até o fim.

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