sexta-feira, 2 de novembro de 2018

O Último Comandante (El Último Comandante, 2010)


Faz um tempo que assisti O Último Comandante, dirigido por Isabel Martínez e Vicente Ferraz, mas entre minhas leituras e notícias que leio por aí, me lembrei de algumas cenas do filme. Embora a história seja um tanto fraca e, algumas vezes, sem graça, ainda conseguimos ter ideias sobre a situação de revolucionários sadinista alguns anos depois do movimento.

Paco Jarquín (personagem fictício) era um dos grandes líderes na Revolução Sadinista, que começou na Nicarágua nos anos 1970. Seu carisma e liderança fez com que muitos o seguisse. Anos depois ele reaparece, mas rejeitando seu passado combativo, mesmo diante de novos problemas políticos na Nicarágua, e assumindo um papel como um fracassado professor de dança. No decorrer do filme vemos suas decisões que o levaram e tiraram da frente de batalha. Embora muitas vezes o julgamos por essas decisões, podemos perceber a dificuldade que é lutar por uma causa tão reprimida por um alto escalão da sociedade. Mas o anonimato de Paco acaba quando alguns dos seus ex - companheiros de batalha começam a te procurar.

O que pensamos a cada cena é por que Jarquín perdeu seu espirito revolucionado sendo um personagem tão inspirador durante a revolução, e inda, por que muito ainda insistem em querer dar continuidade a ela. O fato é que assim como muitos, o protagonista é uma pessoa comum, que cansa assim como qualquer outra. Com isso, ele planeja sua "morte" e parte em busca do que mais o interessa: mulheres e dança. Mas é decadente ver no que ele se tornou, ou ainda mais decadente a carência de quem acreditou nele e ainda espera por um levante revolucionário.

Embora o filme tenha um valor pessoal para os diretores -- Isabel Martínez viveu na Nicarágua durante a Revolução Sadinista e Vicente Ferraz pôde acompanhou tudo o que acontecia aqui do Brasil --, o filme é um tanto arrastado, cansativo. A história é boa, mas os planos não ajudam. A história é boa, as atuações simples, porém precisas, mas falta algo que dê ritmo. Claro que não esperamos tiros e sequestros, a revolução já passou, mas a trama se desenvolve de modo tão arrastado que chega a desanimar. No fim, O Último Comandante vale pela história e uma ideia ou outra, poderia ser melhor se tivesse ritmo e planos mais elaborados. Algumas coisas se fazem faltar e com isso o filme fica no limite para ser mediano.

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