domingo, 4 de novembro de 2018

Setembro (September, 2013)


III Mostra de Cinema Grego - Como encarar a morte daquele que chamamos de melhor amigo do homem? Essa é a premissa que a diretora Penny Panagiotopoulou usa para fazer um ensaio sobre a solidão em Setembro, seu segundo filme lançado nos cinemas.

Anna vive com Manu, seu cachorro. Ela não precisa de mais ninguém em sua vida, Manu a acompanha em todos os lugares. Durante seu período de trabalho, o cachorro fica no carro e frequentemente é levado para passear. Quando Manu começa a ficar doente, é levado ao hospital, onde morre. Anna o enterra no quintal da família que mora em frente e, mediante a compreensão de Sophia, ela tenta fazer parte daquela família. Vemos um ensaio sobre a solidão e a compaixão, que muitas vezes são encaradas como loucura por outros personagens.

É muito mais fácil compreender a situação da família vizinha que a da protagonista. Anna sufoca. Quando não está presente fisicamente, está a espreita, transformando sua carência em uma obsessão. Sua intromissão se torna engraçada em alguns casos que acontecem no começo, então rimos do azar da família que ela escolheu para importunar. Mas conforme as coisas vão se desenrolando e vemos Anna jogando baixo, mudamos de lado e queremos que ela deixe a família em paz. Algumas opções de melhorias lhe são oferecidas, mas insiste em fazer parte de uma família que não é sua, e pouco fazem questão da sua presença. Então ela atinge um ponto que nenhuma família aceitaria, quando suas ideias são anunciadas já duvidamos que ela seria capaz de fazer isso. Depois do choque de ser expulsa da família da qual não fazia parte, ela se renova e ainda encontra seu final feliz.

Confesso que não tinha muitas expectativas em relação ao filme, mas me surpreendi. A partir de uma história simples a diretora explora diversos sentimentos dos personagens e de quem está assistindo ao filmes. Talvez quem já teve um cachorro, e precisou lidar com a morte dele, os sentimentos sejam ainda mais fortes. Achei September um filme muito interessante, é uma pena que tenha sido exibido apenas uma vez durante a Mostra, certamente muitas outras pessoas deveriam assisti-lo.

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