terça-feira, 2 de julho de 2019

Churchill (2017)


Não são apenas as armas e soldados que ganham a guerra. Um dos britânicos mais renomados da história nos dá essa certeza. Em Churchill, do diretor Jonathan Teplitzky, conta o momento em que Winston Churchill, primeiro ministro da Inglaterra, vive a tensão que antecede o Dia D, na Segunda Guerra Mundial.

Já diria Ernest Hemingway, em Adeus as Armas: "A sabedoria dos velhos é um grande engano. Eles não se tornam mais sábios, mas sim mais prudentes". E é disso que a primeira parte de Churchill se trata. Tendo visto uma invasão anfíbio se tornar uma carnificina quatro anos antes, o primeiro ministro teme que a chamada operação Overlord, que unia todo o exército aliado, se transforme em um desastre. Em primeiro momento vemos um Churchill misterioso, envolto da fama conquistada nos seus anos de luta. Aqui já chamo a atenção para a ótima fotografia e brilhante atuação de Brian Cox. Enquanto do lado de fora ele é idolatrado como um dos maiores estadistas de seu país, dentro de si carrega um homem amargo, sem qualquer habilidade social.

Sua interferência na operação Overlord incomoda. Então Churchill é afastado e proibido de interferir. Isso o leva um precipício e o filme se torna mais tenso. Porém acredito que tenha faltado o sentimento de emergência. Esse é um filme de guerra que não mostra a guerra, mas tudo bem, ela está acontecendo. Mas o que vemos na tela, com excessão ao protagonista, é um país saudável, liberto de qualquer tensão. A maior emoção é quando a secretaria de Churchill se contrapõe a ele, dizendo algo como "eu o achava o homem mais corajoso do mundo, agora vejo que não". Isso provoca a mudança que ele precisava para achar essa nova forma de guerrear: o discurso, que é capaz de unir o povo e torná-lo mais forte.

A direção de Jonathan Teplitzky é precisa, a fotografia de David Higgs, primorosa. Só senti falta de mais emoção no roteiro de Alex von Tunzelmann. Mas no fim Churchill é um bom filme. Um recorte da vida pessoal, profissional e personalidade de Winston Churchill, exposta de uma maneira mais tensa que a própria guerra, através de conflitos externos e internos. Para quem tem um maior conhecimento da Segunda Guerra Mundial, achará um filme bem montado, mas para aqueles que não sabem muito, Churchill não ajudará nesse quesito, e é só por isso que não podemos dizer que se trata de um dos melhores filmes sobre o assunto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário